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  • A morte não fecha o círculo da vida, somente renova-o...
  • Um anjo, assim como um ser humano, possui livre arbítrio... porém seu custo sempre será mais caro.
  • O amor é o oposto do ódio, mas nada impede que um gere o outro...
  • O ódio consome o ser, enlouquece e cega ao ponto de não se saber mais o que se está fazendo.
  • Cair é a consequência de se trair aos teus próprios pilares.
  • O mundo muda de acordo com o pensamento das pessoas...
  • No fundo, todos queremos ver o pôr-do-sol.
  • Um anjo pode amar?.
  • Mesmo obscurecido, não perdeis à fé em teu Criador.
  • Redenção... um árduo caminho a se seguir.
  • Ao cair o anjo pode redimir-se ou tornar-se o pior dos demônios.
  • A Estrala da Manhã nunca optou pela redenção.
  • Para os Homens, os sentimentos pesam muito em sua escolhas.
  • Os anjos não possuem sentimentos como os dos Homens.
  • A maioria somente sabe o que é vida ou morte. Anjos não possuem sentimentos, seguem ordens.
  • Porém, anjos também possuem coração.

Resumo do Conto

     Desperto em um corpo humano no mundo corrompido que ele acredita ter sido esquecido por Deus, Daniel busca por um meio de retornar à graça divina e readquirir suas asas e sua aura angelical. Após cair e perder sua memória ele caminha buscando respostas.
     Unindo-se a um grupo liderado por outro Anjo, Daniel aprende os valores mortais e acaba descobrindo os motivos do Altíssimo para colocá-los sempre à frente da raça perfeita: seus Anjos.
     Romance, Aventura, Suspense... Elementos que farão parte da nova vida de Daniel, pós-queda. Um Imortal em um corpo Mortal. A Ultima Sombra de esperança Pré-Apocalíptica.

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Capítulo 21 – As Ruines de Joie

Raziel e Daniel chegam ao Obelisco de Luxor. Diante deles Raziel abre o pergaminho e recita as palavras angelicais de rompimento. Daniel observa atentamente o monumento e percebe alguns fios de luz começando a surgir. Inquieto pelo acontecimento ele olha ao redor para ver se alguém estava reparando naquela “mágica” de anjo, mas para surpresa dele o tempo aparentemente estava parando. O carro que passava na rua desacelerava aos poucos, as folhas das árvores começavam a se imobilizar em pleno ar, as pessoas caminhavam lentamente até pararem. O mundo pára com aquela manifestação angelical de poder. Daniel se espanta e volta à atenção no obelisco que por sua vez estava completamente luminoso revelando runas e símbolos de uma linguagem muito antiga. Raziel olha para o jovem e sorri acenando para que ele siga-o, então começa a caminhar na direção daquela luz toda até ser consumido pelo monumento. Daniel percebe que aquela luz toda na verdade era um tipo de portal e decide entrar, fechando completamente os olhos ao fazê-lo. Enquanto caminhava na direção do portal ele sente seu corpo aquecer, mas mesmo assim não abre os olhos, somente continua. O calor que lhe consumia é constante e faz com que ele sue. Porém essa sensação logo passa e um enorme frio lhe consome fazendo seu coração fraquejar. Não bastante, sua pele arde com um novo calor e sua mente logo entra em colapso. Seus olhos se abrem de susto e ele vê o universo que atravessa, as estrelas e os planetas que estão no caminho. Essas cenas cruzam sua mente como fotos e logo são substituídas pelo ardor da dor. Seu corpo não agüenta e seu coração pára assim que ele percebe estar em algum lugar do universo, um lugar mais físico, um lugar mais específico. As Ruínes de Joie.

Raziel, após cruzar todo o trajeto da fenda aberta para a cidade proibida pelo anjos, escondida no subterrâneo de um planeta longínquo, volta-se para o portal esperando que seu companheiro apareça logo em seguida. Não demora e Daniel surja daquela fonte de luz temporária, que logo se apaga atrás dele fechando a abertura para chegar ao local. Porém o corpo dele estava imóvel, cai no solo maculado e aparenta ausência de respiração. Raziel olha profundamente para o funcionamento orgânico daquele corpo humano e percebe que o coração de Daniel não batia e assim o seu cérebro começava a perder o oxigênio. Se ele não fizesse algo logo, este corpo poderia morrer. Então o Príncipe dos Querubins concentra sua Aura Angelical em suas mãos e delas começa a brilhar uma luz branca que ao entrar em contato com o corpo de Daniel faz com que seu corpo e mente sejam purificados e limpos dos recentes sentimentos e traumas. Raziel começa a “curar” aquela ferida causada pelo impacto da transição entre o tempo e espaço que o corpo humano não suportava. Ele faz com que o corpo de Daniel volte a funcionar normalmente e seu coração volte ao ritmo normal, sem seqüelas. O jovem retém suas ultimas memórias e acaba por restaurar uma daquelas que foi perdida de sua vida de anjo...

-*-*-*-*-*-*-*-*-FLASH DE MEMÓRIA-*-*-*-*-*-*-*-*-

Daniel caminhava entre os humanos em seu corpo angelical, invisível aos olhos deles. Ele observava como a individualidade era grande, como a fé estava quase que perdida entre aqueles que residiam num mundo criado pelo Altíssimo. Observava como aqueles que foram escolhidos como filhos primogênitos eram tão inconstantes e tão subversivos, como eram pecadores natos, como crianças que fazem algo somente por fazer sem pensar nas conseqüências, seja por ignorância ou por simples desleixo. Ele observava atentamente todos os movimentos daqueles que corriam para o trabalho e daqueles que corriam do trabalho, daqueles que trabalhavam sem saber e daqueles que sabiam que não teriam outra opção a não ser trabalhar. A falta de compaixão, a ausência do amor, o descumprimento das leis sagradas. Notava homens gananciosos, mulheres luxuriosas, crianças maldosas. E mesmo em toda aquela bagunça, ele não se questionava do que era certo e do que era errado, somente se espantava com as queixas que ouvia a cada erro humano. Em cada canto alguém clamava pelo Senhor, chamando seu nome em vão. E não satisfeitos, ainda culpavam o adversário.

Após algumas horas, Daniel percebe que sua ronda estava completa e que deveria voltar ao seu posto nos limites entre a Terra e o Primeiro Céu. Mas quando estava a ponto de partir, percebe algo que lhe faz esperar por alguns segundos. Um jovem percebe a falta que a juventude em uma senhora de idade faz enquanto ela tenta atravessar uma grande avenida. Ele se aproxima e oferece ajuda, mas ela nega e ainda se queixa acreditando que poderia fazer qualquer coisa na vida sozinha, como sempre fez. Daniel franze o cenho mas decide somente observar um pouco mais. O jovem não se intimida e continua próximo da senhora, que após poucos minutos de grande agitação observando o movimento dos carros decide atravessar. Ela começa a capengar na tentativa de cruzar a avenida com velocidade, mas seu corpo não lhe permite concluir o trajeto antes do sinal abrir e aqueles homens que conduziam os veículos não aguardam que ela o termine. O jovem, adiantado para caso isso ocorresse, se presta a segurá-la pelo braço e terminar o trajeto acenando para que os carros esperem. Após uma chuva de buzinas, eles chegam ao outro lado. A senhora, envergonhada, agradece o jovem e se despede. Ele sorri e oferece companhia até que ela termine seu caminho. Daniel percebe o motivo do Altíssimo ter escolhido eles como seus filhos, pois mesmo que a maioria não estivesse de acordo com sua vontade, os poucos que se enquadravam eram até melhores do que os anjos esperavam. Ele fica feliz e novamente se sente motivado em protegê-los. Era essa sua função e deveria se adiantar até seu posto, pois não poderia deixá-los na mão.

***

Daniel desperta com a lembrança recente em sua mente. Raziel olhava para ele assustado, pois temia que seu corpo não resistisse. O jovem se alegra e sorri. O Príncipe dos Querubins se sente aliviado com o retorno seguro do garoto e então diz:

- Pensei que você não agüentaria... Esqueci que seu corpo agora é humano e que está cheio de restrições.

Daniel se levanta cuidadosamente e por sua vez responde:

- Não se preocupe. A Humanidade não vai me deixar morrer. Assim como eu não deixarei que eles morram.

Raziel olha para ele orgulhoso e comenta:

- Eu sei que não vai...

Os dois se entreolham convictos do que vieram fazer neste lugar. Só então Daniel começa a reparar onde estava. Uma visão amedrontadora que revela um portal destruído. Atrás dos pilares destroçados que abriam a cidade estavam as ruínas do que já foi uma grande cidade medieval. Sons estranhos podiam ser ouvidos por eles quando se silenciaram. Construções completamente quebradas ou demolidas circulavam o que parecia ser uma torre partida. Daniel notou que estava diante de um terreno totalmente hostil e decide portar um aspecto mais ativo, de maior percepção. O ar era pesado e seu odor não agradava. Raziel dá alguns passos e pára mais adiante dizendo:

- Não mudou em nada desde que trancamos esse lugar. Talvez tenham decorado o lugar com sangue e ossos, mas não mudou em nada. Este Mausoléu está cheio de Devoradores e Carniceiros, mas o local de maior perigo é naquela torre, o Pilar de Joie. É naquela torre que se esconde nosso alvo, um demônio chamado Nam. Mas antes de seguirmos para aquele local, teremos que encontrar uma antiga conhecida minha... Venha comigo.

Raziel começa a adentrar a cidade. Daniel começa a seguí-lo, mas desta vez estava mais centrado e confiante, chegando a sacar as duas pistolas que havia pegado com Ramon no apartamento em Paris. Seu treinamento com Dante fora peculiar, e a parte mais severa do treino foi sua mira e concentração que devido o incidente do demônio Bavorí, revelou seu fraco com aquele equipamento. Agora a situação era outra, ele já sabia atirar e estava até confiante de que acertaria qualquer coisa que se movesse diante de seus olhos.

Raziel começa a explicar o local para Daniel:

- Esta cidade é dividida em três pavimentos: o Pátio, que corresponde a todas as áreas externas do centro da cidade, onde eram localizadas as casas mais pobres, sendo a maior parte deste lugar; a Redoma, que fica localizada após o rio de corpos, classificada como a área ocupada pelos nobres e pelo clero da cidade; e por fim, o Vórtice, que corresponde ao centro negro, onde há as maiores construções e a torre do centro da cidade.

Ele olha para os destroços no chão e tenta se guiar por alguns vestígios que reconhece de sua ultima visita. Então acena para um dado local e começa a seguir para lá. Daniel prontamente faz o mesmo. Durante o percurso ele continua:

- Aqui no Pátio está uma bruxa que carrega um segredo milenar. Ela foi trancafiada aqui por causa deste segredo e não foi punida com sua morte, pois eu vi este momento chegar e nela está o segredo para seu corpo suportar o poder angelical selado em sua alma.

Daniel se interessa e então indaga:

- E que segredo seria esse?

Raziel pára, olha para os lados e volta-se para Daniel respondendo:

- Se eu lhe contar, deixa de ser segredo.

Ele dá uma piscadela para disfarçar a brincadeira. Daniel não entende, mas também não gosta de ficar curioso. Quando ele pensar em insistir na pergunta uma ressonância maligna cruza seu corpo. Logo Daniel percebe a presença de seres demoníacos ao redor dele e de Raziel. Pronto para agir, o jovem destrava as pistolas e mostra-se ativo. Raziel olha por cima dos ombros e aguarda sem fazer nada. Não demora muito para que alguns Devoradores comecem a surgir dos escombros cambaleando e escalando os obstáculos até seus alvos. Daniel percebe que aquelas criaturas eram idênticas àquelas encontradas no dia em que Lúcifer liberou seus poderes angelicais e de imediato começa a sentir uma raiva imensa por estar diante deles novamente. Suas mãos não se seguram e ele começa a disparar contra todos os inimigos. Sem demora muitos começam a cair com buracos de bala em seus corpos. Daniel descarrega completamente os pentes em cima daquelas criaturas e só para quando não vê mais nenhum de pé. Rapidamente ele começa a buscar outros pentes para carregar sua arma, mas Raziel lhe corta o ânimo dizendo:

- Você sabe que isso não afetará o corpo deles, não sabe?

Daniel olha para ele enquanto recarregava, porém mais lentamente e pergunta:

- Como assim?

Raziel responde acenando para as criaturas, que começavam a se reerguer:

- Eles não morrem com balas comuns. Talvez algumas banhadas em água benta, ou feitas em uma oração de um adepto munido de uma verdadeira fé. Mas não de balas comuns. Isso só vai retardá-los.

Daniel se desanima, mesmo após ter trocado os pentes das pistolas e então pergunta:

- E o que faremos?

Raziel olha para o caminho que tem que seguir e diz:

- Vamos em frente. Eles vão nos seguir, mas somos mais rápidos do que eles. No final deste caminho você terá pouco tempo para retomar sua Aura e assim poderá feri-los de verdade.

Confuso Daniel pergunta:

- E porquê você não faz nada?

Raziel começa a seguir enquanto responde:

- Por que é o seu treinamento e não o meu.

1 Comentário:

Maldito Escriba disse...

"É o seu treinamento e não o meu" husahusahuhusa
Foda!

29 de junho de 2010 às 22:14  

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