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  • A morte não fecha o círculo da vida, somente renova-o...
  • Um anjo, assim como um ser humano, possui livre arbítrio... porém seu custo sempre será mais caro.
  • O amor é o oposto do ódio, mas nada impede que um gere o outro...
  • O ódio consome o ser, enlouquece e cega ao ponto de não se saber mais o que se está fazendo.
  • Cair é a consequência de se trair aos teus próprios pilares.
  • O mundo muda de acordo com o pensamento das pessoas...
  • No fundo, todos queremos ver o pôr-do-sol.
  • Um anjo pode amar?.
  • Mesmo obscurecido, não perdeis à fé em teu Criador.
  • Redenção... um árduo caminho a se seguir.
  • Ao cair o anjo pode redimir-se ou tornar-se o pior dos demônios.
  • A Estrala da Manhã nunca optou pela redenção.
  • Para os Homens, os sentimentos pesam muito em sua escolhas.
  • Os anjos não possuem sentimentos como os dos Homens.
  • A maioria somente sabe o que é vida ou morte. Anjos não possuem sentimentos, seguem ordens.
  • Porém, anjos também possuem coração.

Resumo do Conto

     Desperto em um corpo humano no mundo corrompido que ele acredita ter sido esquecido por Deus, Daniel busca por um meio de retornar à graça divina e readquirir suas asas e sua aura angelical. Após cair e perder sua memória ele caminha buscando respostas.
     Unindo-se a um grupo liderado por outro Anjo, Daniel aprende os valores mortais e acaba descobrindo os motivos do Altíssimo para colocá-los sempre à frente da raça perfeita: seus Anjos.
     Romance, Aventura, Suspense... Elementos que farão parte da nova vida de Daniel, pós-queda. Um Imortal em um corpo Mortal. A Ultima Sombra de esperança Pré-Apocalíptica.

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Capítulo 15 – A Fúria das Sombras

O Círculo Oculto que havia embarcado no Brasil desembarcou na França na noite do dia anterior àquela que amanhecia. Levantando junto ao Sol que nascia no horizonte, Raziel já havia se banhado e trocado para tomar o café que seria servido pelo hotel em que eles haviam se hospedado. Seu corpo de anjo não era afetado pela troca de fuso horário, como o de Ana, Ramon e Talutah. Suas vestes agora se aproximavam mais daquelas que a humanidade vestia, para poder se apresentar como um semelhante com mais facilidade. Trajando uma grossa calça de algodão cinza, uma blusa de mangas longas branca e uma parca grossa acinzentada, ele buscava fugir do frio deste início de Primavera. Sentado em uma cadeira, posicionada próxima de uma janela, Raziel observava o movimento das pessoas. Diante da Boulevard de Grenelle, do Europe Hotel Paris, ele imaginava o futuro daqueles que caminhavam sem acreditar no fim próximo. Observava a grandeza da humanidade em toda a sua minimidade e acreditava cada vez mais que deveria lutar por eles, que apesar dos olhos, ainda eram cegos à verdade.

Interrompendo seu pensamento, Ana surge do corredor que dava acesso à sala saindo de um dos quartos do apartamento alugado por eles. Ela já também havia se banhado e trocado, agora portando roupas mais grossas para suportar os oito graus de temperatura. Os dois se cumprimentam e ela senta-se à mesa. Pegando as torradas para passar da geléia de amora que estava sobre a mesa, Ana começa a indagar Raziel sobre a missão:

- Guardião, nossa missão hoje, pelo que foi adiantado durante a viajem, não parece ser tão difícil. Mas notei que você anda preocupado e um tanto reservado. Há alguma coisa que devemos saber antes de partir?

Raziel toma um ar preocupado e então olha nos olhos de Ana pronto a respondê-la:

- Não. Tudo o que foi dito é exatamente o que foi dito. Precisamos encontrar este mapa por dois motivos: o primeiro é o treinamento de Daniel; o segundo é exatamente o fato deste local ser de grande valia nas mãos dos demônios.

Ana mastigava da torrada, aguardando terminar de engolir para poder prosseguir na conversa:

- Não entendo o motivo desta cidade ser valiosa para os impuros... Desculpe minha ignorância, mas realmente não compreendo.

Raziel olha pela janela e então diz, ainda com sua atenção desviada:

- Ana, não se culpe. Nunca foi da vontade do Altíssimo que o mundo chegasse a esse ponto, muito menos que a humanidade caminhasse nesta direção. Mas, respondendo sua pergunta, esta cidade há muito foi palco de uma grande trama demoníaca para corrupção da humanidade, chegando a ser maldita em essência. Os anjos vieram dos sete céus para acabar com a festa e fizeram com que a terra se abrisse engolindo a cidade. Seu nome foi esquecido pela humanidade, mas suas ruínas subterrâneas são chamadas de Joie pelos Parisienses. Traduzido, seria algo próximo de Prazer, Deleite.

Ana fica pensativa, apesar da curiosidade lhe consumir, ela decide não perguntar sobre o motivo das ruínas serem chamadas por este nome. Não demora muito para que ela encha a boca com mais uma torrada. Raziel, por sua vez, levanta-se da cadeira e segue até a janela olhando atentamente para o horizonte. Sem dizer mais nada, ele segue para o quarto onde se acomodou durante a noite. No caminho ele cumprimenta Talutah, que havia acabado de acordar e mesmo sem banhar-se, seguia para a cozinha faminta. Ana cumprimenta a recém-chegada sem interromper sua refeição. Talutah senta-se e começa seu desjejum.

Algumas horas depois todos se encontravam prontos para partir do hotel, reunidos na sala do apartamento. Vestidos como pessoas normais se vestiriam, com a exceção de Talutah, que mesmo com o frio vestia suas roupas provocantes e curtas. Raziel olha para todos e anuncia:

- Infelizmente não vou poder seguir com vocês nesta missão. Percebi a presença de um ser à quem devo dar completa atenção. Espero que tudo saia como planejamos. Em minha ausência, Ana será a líder, então respeitem suas decisões. Que a bênção do Altíssimo esteja sempre com vocês, pois a minha sempre estará.

Ana faz uma menção religiosa quando Raziel termina seu discurso. Talutah olha para a porta inquieta enquanto Ramon recolhia sua mala, onde estava todo o equipamento necessário para esta missão. O Príncipe dos Querubins segue na direção da porta, mas não faz por abri-la, somente atravessa o tempo e espaço como é de seu costume. Ana se maravilha sempre que vê esse fenômeno. Talutah dá de ombros e diz:

- Então... vamos. Não agüento mais esse lugar... tsk... A primeira coisa que vou fazer quando voltarmos é ir à uma praia.

A bela mulher segue na frente abrindo a porta do apartamento sendo seguida pelos outros dois. Em poucos minutos eles já estavam fora do edifício, pegando um táxi até o local indicado por Raziel. O Place d’Enfer, ou Place Denfert-Rochereau como é chamada desde o fim da Guerra Franco-Prussiana, localizado no bairro Montparnasse foi o lugar escolhido para a busca daquele que mantinha o mapa da Ruína. O Círculo Oculto chega ao lugar e encontra algo muito peculiar. Uma linda praça com algumas árvores e um ar turístico encantador.

Ana e Talutah enxergam a maravilha do lugar enquanto Ramon não tira o ar profissional do rosto, retirando suas coisas da mala do carro e pagando o motorista pela corrida. Os três se aproximam da entrada e se deparam com muitas pessoas, afinal era um ponto de grande beleza. Ana olha para Talutah e diz:

- Por favor, mantenha-me informada de qualquer ser que identificar. – Então vira-se para Ramon e conclui – Raziel disse que vamos ter que entrar nas galerias, separe o material de iluminação.

Os dois confirmam as ordens de Ana. Apesar de passar grande dependência e uma aparência inofensiva, a líder deste grupo era centrada e mantinha toda a ordem necessária para uma liderança. Os três seguem para dentro da praça principal, em busca da entrada das catacumbas. Não é muito difícil encontrá-la, pois o acesso era completamente sinalizado por placas e agentes de turismo. Os três se preparam, sem chamar atenção, e seguem escadas abaixo.

O lugar era nefasto, sombrio por demais. Ossos humanos espalhados como se decorassem o lugar, cheiro de morte e um monte de turistas tirando fotos. Ana se sente mal logo que pisa dentro daquele local precito enquanto Talutah sentia-se desorientada ao se guiar pelo olfato aguçado. Ramon logo aponta para um corredor bloqueado com faixas e uma placa com a inscrição “Interdit”. Observando bem a atenção dos presentes, eles aguardam até haver um momento de distração e adentram o local proibido.

Não demora muito para que a galeria se perca completamente em conceitos morais. Esta parte do lugar era proibida à visitação, não por ser tão funesta, mas por influência dos seres que viviam no local dentro da sociedade humana. Se aprofundando um pouco mais na câmara final deste corredor, o círculo oculto encontra uma porta feita de algum metal bloqueando o resto das catacumbas. A iluminação era baixa devido a proibição de turistas nesta parte, mas devido a luz das lanternas que Ramon trouxera em sua mala, tudo se tornava mais claro. Diante daquela porta, Ramon começa a mexer com suas habilidades, usando de ferramentas necessárias para cruzar o ádito bloqueado. Talutah começa a farejar algo e então avisa seus companheiros:

- Ana, encontrei algo. Este cheiro... não é tão antigo quanto parece. Se eu não me engano, aqui tem corpos que não moram mortos há mais de uma semana. Além disso, posso sentir o cheiro de sanguessugas.

Ana olha para Ramon que tentava abrir a porta. Ela não gostava de enfrentar vampiros, mas estava diante de evidências que confirmavam seu temor. Sem esperar que o companheiro termine sua tarefa, ela mexe na mala que ele carregava e pega uma adaga, duas orbes de água benta e um crucifixo. Após guardar estes itens consigo, ela pergunta:

- Ramon, falta muito?

Ele nega com a cabeça, chacoalhando-a para os lados. Por fim, a porta se abre com o som da tranca sendo superada pelas ferramentas usadas pelo especialista. Talutah põe a mão sobre a porta e diz:

- Eu abro. Cheguem para trás.

Os dois se afastam enquanto ela força a porta para frente desobstruindo o caminho. Do outro lado havia um corredor com uma bifurcação. Não demora muito para Talutah expressar-se de forma inquieta enquanto fareja algo no ar. Ana analisa o lugar e nota que havia marcas de sangue fresco no chão, logo aponta para mostrar aos companheiros. Ao sentir o odor “guia”, Talutah aponta para a direita dos caminhos da bifurcação. Os três seguem deixando a porta aberta atrás deles.

O corredor que se segue é coberto por diversos ossos humanos cravados na terra como azulejos decorando uma cozinha. No final dele eles encontram uma grande câmara contendo uma outra saída em sua extremidade oposta. Ana pressente algo ruim enquanto Talutah sente o cheiro do mesmo mal. Ramon, vendo a expressão das duas começa a retirar sua Serbu Super-Curta de dentro da mala. O som dos recém-chegados começa vindo de trás, do corredor que dava acesso à câmara, mas também podiam ser ouvidos ecoando de dentro da câmara. Talutah começava a sentir seu ódio mortal por esse tipo de criatura. Eles começam a surgir de todos os cantos, saindo de esconderijos nas paredes por detrás da “decoração” de ossos, por trás do grupo e um pela abertura à frente. Em aspecto, todos eram muito parecidos, pele pálida, garras no lugar de unhas, caninos alongados e expressão predatória. Aquele que surge do lado oposto ao grupo aparentava ser seu líder, dizendo:

- Quem são os vivos que incomodam os mortos?

Ana põe-se à diante e responde:

- Não importa quem somos. Estamos à procura de Fontaine.

Aquele vampiro olha ao redor acenando para que o círculo oculto veja que está encurralado e então diz:

- Acredito que vocês não possuem escolhas aqui... Porém, responderei suas perguntas caso respondam as minhas. Mas não garanto que poderão usufruir deste conhecimento, pois não sairão daqui com vida.

Talutah rosna para ele e resmunga para Ana:

- Me dê a permissão... não agüento mais esse cheiro podre...

Ramon olha para Ana aguardando o veredicto dela. A líder ignora a raiva da companheira e por hora diz:

- Então façamos como quer... O que você quer saber?

O Vampiro pergunta:

- Quem são vocês? E como chegaram aqui?

Ana olha de canto e começa a contar quantos mortos sugadores de sangue estavam próximos deles, mas disfarça respondendo o líder deles e aproveitando para fazer sua pergunta:

- Somos Caçadores de Tesouros e ouvimos boatos de que o Plan des Ruines de Joie estava escondido por aqui... Você é Fontaine?

O Vampiro sorri maldosamente e diz:

- Somos os Fontaine. Agora me diga... quem disse que o map...?

Antes mesmo de aquele ser conseguir completar sua pergunta Ramon dispara com sua Serbu no meio de seu peito. Os fragmentos do disparo ferem toda a região superior do corpo do vampiro jogando-o para trás no chão. Os outros vampiros começam a se preparar para atacar quando Ana vira-se para Talutah e diz:

- Eu liberto-a do Selo da Carne! רע¹

Um tipo de tatuagem luminosa surge no pescoço de Talutah e logo em seguida perde o brilho deixando somente o contorno negro no lugar. Seu corpo começa a se metamorfosear-se adquirindo mais massa muscular, fazendo-se crescer pêlos negros e tomando uma forma que lembra um grande canino, como um lobo. Suas roupas curtas aparentemente eram feitas de uma liga especial, já adotada por ela há tempos para esse tipo de movimento, pois se esticam como se fossem elásticas sem se romper. Assim que seu corpo está “completo” em sua transformação, ela uiva assustando todos os vampiros. Como um animal faminto, Talutah urra:

- Bestas do submundo... Venham para a mamãe...

Ana e Ramon começam a se adiantar para pegar o líder vampiro, que já se levantava e fugia pela entrada de onde veio às pressas. Enquanto isso, a mulher-lobo, Talutah, se enfurecia cada vez mais chegando a babar diante de um grande desafio. Quando seus ouvidos confirmam a distância de seus companheiros, ela decide partir para sua natureza sombria: Matar. Os vampiros começam a atacá-la sem piedade, com garras e mordidas na tentativa de sugar seu sangue, mas BlackWolf não se deixa levar pela dor, que aparentemente ela nem sente.


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¹ רע significa Rá, que traduzido do Hebraico quer dizer literalmente “Mau”.

1 Comentário:

Maldito Escriba disse...

Uhuuuuuuuuu, é briiiigaaaa dfuder husahushahusa

25 de maio de 2010 às 23:00  

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