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  • A morte não fecha o círculo da vida, somente renova-o...
  • Um anjo, assim como um ser humano, possui livre arbítrio... porém seu custo sempre será mais caro.
  • O amor é o oposto do ódio, mas nada impede que um gere o outro...
  • O ódio consome o ser, enlouquece e cega ao ponto de não se saber mais o que se está fazendo.
  • Cair é a consequência de se trair aos teus próprios pilares.
  • O mundo muda de acordo com o pensamento das pessoas...
  • No fundo, todos queremos ver o pôr-do-sol.
  • Um anjo pode amar?.
  • Mesmo obscurecido, não perdeis à fé em teu Criador.
  • Redenção... um árduo caminho a se seguir.
  • Ao cair o anjo pode redimir-se ou tornar-se o pior dos demônios.
  • A Estrala da Manhã nunca optou pela redenção.
  • Para os Homens, os sentimentos pesam muito em sua escolhas.
  • Os anjos não possuem sentimentos como os dos Homens.
  • A maioria somente sabe o que é vida ou morte. Anjos não possuem sentimentos, seguem ordens.
  • Porém, anjos também possuem coração.

Resumo do Conto

     Desperto em um corpo humano no mundo corrompido que ele acredita ter sido esquecido por Deus, Daniel busca por um meio de retornar à graça divina e readquirir suas asas e sua aura angelical. Após cair e perder sua memória ele caminha buscando respostas.
     Unindo-se a um grupo liderado por outro Anjo, Daniel aprende os valores mortais e acaba descobrindo os motivos do Altíssimo para colocá-los sempre à frente da raça perfeita: seus Anjos.
     Romance, Aventura, Suspense... Elementos que farão parte da nova vida de Daniel, pós-queda. Um Imortal em um corpo Mortal. A Ultima Sombra de esperança Pré-Apocalíptica.

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Capítulo 16 – Uma estranha Aliança

Sua pele morena estava possuída por pêlos lisos, enegrecidos, como os de um lobo negro. Sua face carregava a herança canina, espumando em sua boca a fúria de seus ancestrais, com o obscuro brilho de suas garras sedentas por vingança. Talutah estava completamente diferente de seu costumeiro jeito esnobe, agora completamente animalesca ao bufar se contendo um pouco mais para que seus amigos saíssem do lugar. Como sempre acontecia, sua mente começava a ser dominada por um instinto que ela não conseguia controlar, algo que sobrepunha sua sanidade e que somente a abandonava quando estava completamente saciado em sua ira. Suas vestes eram especiais, estavam esticadas e suportavam toda aquela transformação, como se ela já estivesse preparada para eventuais descontroles. Talutah, agora BlackWolf, recordava-se sempre de sua infância no momento em que deixava seu corpo neste estado: o momento em que foi batizada com o sangue de seus inimigos no campo de batalha em sua primeira transformação.

Os vampiros atacavam-na sem piedade, arrancando-lhe pequenos desvios de sua atenção quando as garras e dentes deles feriam sua pele. Mas ela aguardava, mais do que a fuga de seus amigos, que agora se encontravam distantes, e sim a completa fúria de sua raça. No momento em que seu corpo já se encontrava mais do que escoriado com os ataques alheios, no mesmo instante em que um dos inimigos abocanhava um de seus braços, ela decide acabar logo com aquela brincadeira e deixa sua mente ser superada pela besta que comandava sua essência. Sua boca emite um grunhido característico daqueles de sua espécie quando estão possuídos pela monstruosidade e logo em seguida, o rosnado para aqueles que pereceriam pelas garras de sua maldição. Muitos dos vampiros que atacavam-na se sentem amedrontados com esta iniciativa dela enquanto outros não se intimidam. Aquele que estava grudado em seu braço, sugava de seu sangue enegrecido e sentia a onda animal dominando sua face. Mas sua dor foi pouca, quando Talutah levou o outro braço em sua direção e agarrou-lhe a parte inferior do corpo puxando-o para fora de sua carne. Os olhos do vampiro se arregalaram com a força usada por ela, quando a mulher-lobo usou de sua outra mão para segurar seu pescoço. O estalo foi instantâneo, seu tronco se dividindo em dois com o movimento dos braços dela. O sangue vampírico escorria ainda quando sua carne morta começou a esfarelar como cinzas ao vento.

Todos os vampiros que continuavam seus ataques interromperam imediatamente seus movimentos com a cena grotesca em que seu semelhante fora morto. Aqueles que se amedrontaram, viraram-se de costas e começaram a correr. Porém, BlackWolf não estava disposta a deixá-los fugir e agiu à toda velocidade de seu corpo, saltando na frente da entrada do corredor que levava à essa galeria. Imediatamente eles pararam e antes mesmo de seus cérebros moribundos raciocinarem uma outra fuga, seus corpos foram partidos em diversos pedaços com os golpes das garras dela. Mais de dez se foram, com seus corpos virando pó antes mesmo de cair no solo. Vendo que não havia formas de fugir daquela “coisa”, os outros decidiram lutar usando todas as suas armas. Os vampiros que estavam mais distantes puxaram armas que se encontravam ocultas por suas roupas e começaram a disparar contra a pele recoberta de pêlos da mulher-lobo. Aqueles que se encontravam mais próximos começaram a afastar-se para não serem atingidos. Porém, nada daquilo adiantava, as balas não tinham composição e nem potência necessária para ferir a pele resistente da besta, e ao se chocarem contra ela, se amassavam virando chapinhas similares à miniaturas de tampa de garrafas. Black Wolf não se intimidou, começou a avançar imponentemente com suas garras erguidas. Eles tentaram fugir novamente e pereceram às mãos dela. Seus corpos ao serem atingidos pelas garras, se partiam facilmente como se fossem feitos de papel. Não estavam preparados para enfrentar tamanha fúria. Alguns poucos que sobraram começavam a tentar negociar suas vidas, tentavam dialogar com um animal e só o que lhes restava era a dor de seus corpos sendo cruelmente massacrados por ela.

No final, restavam dois ainda vivos e a mulher-lobo ainda não estava saciada, ainda podia-se ver a espuma do ódio em sua boca, seus olhos amarelados estavam inquietos buscando mais diversão enquanto somente dois “ratos” tentavam esconder-se escalando as paredes enfeitadas com ossos. Talutah se aproxima dos dois, que juntos são erguidos pelas mãos dela, agarrando-os ao mesmo tempo por suas nucas. Ela urra, berra como um cão furioso em meio à caça. Os dois vampiros gritavam como crianças, pedindo misericórdia, implorando perdão por algo que nem eles mesmos sabiam ao certo o porquê. Na face obscura daquela mulher-lobo encontrava-se o sorriso da satisfação na idéia que sua maldade encontrava mais e mais diversão. Não satisfeita por ter acabado com o grande grupo de “insetos”, ela decide maltratar aqueles restantes. E começa quebrando-lhes os ossos do tórax ao chocar seus corpos uma dezena de vezes contra a parede de mortos. Uma duas, três, dez vezes. Foram de inúmeras formas que seus corpos se colidiram contra os crânios das paredes. Eles já não controlavam nem seus braços, não sentiam suas pernas e mal conseguiam falar. Mas BlackWolf não estava satisfeita, ela pisou em seus pés e puxou-os para cima, seus corpos estalavam, seus ossos se partiam, suas vidas se extinguiam. Não demorou muito para que eles viessem a se transformar em pó como os outros. Ela olhou em volta, farejou por algum tempo e não encontrou mais ninguém vivo, ou morto-vivo. Porém, ainda havia três naquele local, possíveis momentos de diversão. Um sorriso macabro e ela começou a caminhar na direção em que estavam aqueles três, sem nem se importar que dois deles eram companheiros. A besta estava faminta por sangue e nada poderia lhe parar até que se sentisse saciada por completo.

***

A torre Eiffel estava fechada para visitas devido uma manutenção de seus elevadores e de toda a fiação elétrica de sua iluminação, desde que tudo estranhamente entrou em curto na ultima madrugada. Em seu topo estavam somente dois funcionários trabalhando, mas por um curto período de tempo seus corpos adormeceram sem que eles percebessem e até que a reunião fosse finalizada, eles não iriam acordar de forma alguma. Três seres conversavam naquele lugar, uma mulher de longos cabelos brancos, pele clara e olhos verdes, um homem com feições orientais, cabelos curtos e negros, pele clara como a neve e olhos profundamente escuros, e o ultimo era Lúcifer, com seus longos cabelos negros soltos balançando ao vento, seus olhos negros observando atentamente o que os outros diziam. A conversa seguia quando o Imperador do Inferno percebe a aproximação de um velho amigo, mas não anuncia seu conhecimento.

Mulher: - Não acredito em você. Quer dizer que não fará nada para impedi-lo?

Oriental: - ...

Lúcifer: - Não tenho que me preocupar com as ambições dele, na verdade ainda estou pensando em uma punição quando ele voltar para Casa.

Mulher: - Você não está entendendo: Os Céus não estão normais. Recebemos ordens para não interferir em mais nada na Terra. Não posso ficar saindo de lá para vir resolver coisas como essas... Estou colocando minhas asas em jogo.

Oriental: - Estrela da Manhã, a humanidade ainda tem chance, você nunca acreditou no potencial deles, mas eu mesmo já presenciei grandes façanhas. Não se importa com eles?

Lúcifer: - A questão aqui não é se eu me importo ou não com a humanidade. Na verdade, eu me importo com eles... São dos bois que chega o leite e a carne lá de casa.

Mulher: - Como sempre... Não sei por que ainda perco meu tempo vindo falar com você.

Oriental: - Não podemos contar com o Senhor do Inferno. Isso quer dizer que estamos sozinhos...

Mulher: - ...

Lúcifer: - Realmente, não sou do tipo que lida com peões. Vocês sabem, a Aliança existe somente por causa dos recentes acontecimentos. Não importa se um dos meus está tentando me apunhalar pelas costas ou se essa terra-de-ninguém vai acabar... Tenho quem cuide disso... Certo, Raziel?

O oriental e a mulher olham para trás e a presença do Anjo é sentida, ele ocultava sua Aura Angelical ao máximo para não ser notado. Porém, após ser revelado por Lúcifer, Raziel surge por detrás de um dos pilares que compunham aquela parte da torre. Sua expressão era de imparcialidade, sem causar qualquer impressão. O Oriental logo se assegura de que os quatro estavam sozinhos ao concentrar-se nas impressões e ressonâncias celestes do espaço ao redor da torre. Raziel diz:

- Não esperava que fossemos tão queridos.

Os olhos de Raziel passam pelos três presentes analisando seus movimentos. O Oriental termina sua pesquisa e então vira-se para Lúcifer informando seu relatório:

- Ele está sozinho...

Lúcifer sorri para Raziel, eles não se esbarravam há muito tempo, mesmo que estivessem sempre na mesma festa, seus olhos não se cruzavam por séculos. Raziel continua sem expressão alguma e indaga:

- Acredito que sua alma corrupta tem crescido em devotos... Alaiah não parece estar fora do Coro, mas está aqui diante do Seol. E parece que os laços desta tal Aliança atingem até o Oriente... Será que o desespero consumiu a todos?

Ao terminar sua frase ele fixa os olhos no Oriental. Ao que sabia sobre os Orientais, seus caminhos não eram diferentes dos caminhos dos outros anjos, porém eles sabiam como se ocultar entre mortais mais do que qualquer anjo ocidental. Em muitas ocasiões, um asiático passava grande parte de sua vida ao lado de um anjo sem saber que este era, ao mesmo tempo em que seu melhor amigo, seu anjo da guarda. Lúcifer se debruça do corrimão de proteção da plataforma e olha bem para o horizonte. Seus olhos buscavam aquele que foi enviado para esta Terra para impedir o apocalipse. Ele diz:

- Você, meu irmão, sabe que não estou lutando nesta guerra. Além do mais, não quero corromper ninguém, só gosto de manter meus contatos. Afinal, não é por que saí de férias que não posso ligar para minha terra natal de vez em quando. – Ele sorri em suas ultimas palavras, seus olhos encontram Daniel e Dante no Brasil – Agora, se não estiver errado, não era para você estar ensinando ao garoto como abrir suas asinhas?

Raziel olha para Lúcifer deixando os dois outros de lado. Ele responde com certa ironia:

- Por quê está tão preocupado com ele? Está com medo de algo?

O Senhor do Inferno olha por cima do ombro para o Mistério de Deus e responde:

- Sabe que não tenho por que temer... Da mesma forma que o Demiurgo se absteve da decisão do rumo disso, eu também não quero estar na jogada. Porém, a ansiedade me faz querer participar do filme... E acredito que ele seria muito melhor se me deixasse treiná-lo.

Raziel franze o cenho.

- Você não tem demônios em demasia? Não compreendo seu fascínio por Daniel.

Lúcifer sorri, encosta o corpo na barra do corrimão e deixa o cabelo esvoaçar com o vento. Ele aparentemente brinca com as palavras:

- Não é ele... É o que ele tem. E também, preciso de outro candidato à regência. Meu favorito está tramando contra mim.

Raziel se aproxima, passa pelo Oriental e pela Anja e se põe de frente com Lúcifer.

- Você já descobriu... Ele tem causado-me problemas sérios. Será meu próximo alvo.

Lúcifer olha novamente para o horizonte e então conclui:

- Você não irá conseguir nada contra Azazel além de sua própria Obliteração. Somente Daniel poderá impedi-lo.

Raziel olha para o horizonte. Os dois se mantêm quietos por alguns segundos.

***

Ana e Ramon seguem até o final do corredor por onde Fontaine havia fugido. Eles chegam a uma outra câmara que agora fugia aos padrões das outras, sendo decorada mais comumente como um tipo de sala do que um mostruário de ossos. Eles buscam com os olhos por aquele vampiro, mas não encontram nada. Adentrando o lugar com cautelosa, os dois começam a averiguar todos os indícios para localizar o sanguessuga. Quando eles chegam ao centro da câmara uma porta se fecha atrás deles trancando-os no local. Ana logo prepara suas mãos, uma pegando um crucifixo em sua parca e a outra em guarda defensiva para um possível ataque surpresa. Ramon se concentrava para poder disparar sua Serbu Super-Shorty assim que o Vampiro surgisse. Os dois se mantêm desta forma por algum tempo, até que percebem o chão começar a se cobrir por uma densa névoa. A voz de Fontaine ecoa pelo quarto:

- Mostrarei-lhes a dor, irei destruir tudo o que vocês já foram e corromper suas almas ensinando-os o prazer que a dor pode nos conceder. Eu, Lord Fontaine, irei fazer o favor de levá-los ao inferno!

Ana e Ramon olham ao redor procurando pelo Vampiro, mas não enxergam nada além de névoa e mobília velha.

1 Comentário:

Maldito Escriba disse...

Humm...curti mais a conversa de lúcifer com raziel e os outros anjos doq o resto do capítulo husahusa

29 de maio de 2010 às 20:54  

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