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  • A morte não fecha o círculo da vida, somente renova-o...
  • Um anjo, assim como um ser humano, possui livre arbítrio... porém seu custo sempre será mais caro.
  • O amor é o oposto do ódio, mas nada impede que um gere o outro...
  • O ódio consome o ser, enlouquece e cega ao ponto de não se saber mais o que se está fazendo.
  • Cair é a consequência de se trair aos teus próprios pilares.
  • O mundo muda de acordo com o pensamento das pessoas...
  • No fundo, todos queremos ver o pôr-do-sol.
  • Um anjo pode amar?.
  • Mesmo obscurecido, não perdeis à fé em teu Criador.
  • Redenção... um árduo caminho a se seguir.
  • Ao cair o anjo pode redimir-se ou tornar-se o pior dos demônios.
  • A Estrala da Manhã nunca optou pela redenção.
  • Para os Homens, os sentimentos pesam muito em sua escolhas.
  • Os anjos não possuem sentimentos como os dos Homens.
  • A maioria somente sabe o que é vida ou morte. Anjos não possuem sentimentos, seguem ordens.
  • Porém, anjos também possuem coração.

Resumo do Conto

     Desperto em um corpo humano no mundo corrompido que ele acredita ter sido esquecido por Deus, Daniel busca por um meio de retornar à graça divina e readquirir suas asas e sua aura angelical. Após cair e perder sua memória ele caminha buscando respostas.
     Unindo-se a um grupo liderado por outro Anjo, Daniel aprende os valores mortais e acaba descobrindo os motivos do Altíssimo para colocá-los sempre à frente da raça perfeita: seus Anjos.
     Romance, Aventura, Suspense... Elementos que farão parte da nova vida de Daniel, pós-queda. Um Imortal em um corpo Mortal. A Ultima Sombra de esperança Pré-Apocalíptica.

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Capítulo 6 – A Diligência e a Preguiça

“O corpo celeste estava todo representado ali. Não deixava faltar ninguém, desde que muitos dos ausentes não eram mais necessários nos planos do Altíssimo. A Voz de Deus estava aguardando todos se posicionarem em seus lugares para passar o motivo daquela reunião. Asas para cá, asas para lá e muitos deles ainda batiam papo para passar o tempo. Daniel estava atrasado, mas não deixou de comparecer. Ele havia voltado às pressas após deixar tudo em ordem dentro de seus afazeres.

Metatron olha para todos e abre todas as suas imensas asas chamando a atenção geral. Todos se prontificam a ouvi-lo. Daniel estava ansioso, seu líder estava logo ao seu lado, o anjo Haniel. A voz daquele que carrega as palavras do Altíssimo começa a entoar uma triste canção:

- Meus irmãos... venho a todos comunicar que a humanidade está escolhendo caminhos obscuros para seguir em frente. Nós, como seus guias e protetores, não podemos deixar que o Abismo tenha seus portões abertos devido ao nosso próprio descuido. Quando o primeiro traidor se revelou e levou consigo muito do que éramos, o princípio de tudo veio a se ferir e com ele todo os planos da existência também. Por isso recebi ordens de anunciar que o fim dos dias está próximo...

Um grande bafafá se inicia e Metatron acaba por se calar, afinal, ele só estava repassando o que lhe foi revelado.”

Daniel desperta em uma cama macia. Ele tem a mesma sensação de quando despertou naquele quarto de hospital. Sua memória demora para revelar os fatos que aconteceram antes dele chegar aonde estava, revendo tudo o que havia passado até agora desde que despertou naquela lixeira no centro da cidade em que começou sua nova vida. Mas agora, tudo estava ainda mais estranho, pois além dos recentes fatos que surgiram em sua vida, os sonhos com anjos retornavam trazendo a ele memórias que nem ele sabia ao certo se eram dele.

A cama em que se encontrava estava coberta por um fino lençol branco. A mobília era antiga e de cor marrom escura, as paredes pintadas de branco carregavam diversos símbolos e desenhos, enquanto as janelas eram recobertas por grossas persianas escuras. Não haviam muitos aparelhos eletrônicos, talvez somente aquela pequena TV posta em cima do gaveteiro. Um pequeno abajur se encontrava ao lado esquerdo da cama com a luz acesa deixando o quarto pouco iluminado, mas de forma que tudo ali fosse visto. A única saída era uma porta à direita da cama, alguns metros após o armário que se localizava naquele canto do quarto.

Logo que tudo ao seu redor é analisado visualmente, Daniel lembra-se do combate entre Raziel e aquela criatura de nome complicado. Logo se levanta, como se precisasse voltar e ajudá-lo. Mas para sua surpresa, uma voz suave como a brisa do anoitecer, retira seus pensamentos chamando por seu nome. Ele olha na direção da porta e nota que a mesma havia sido aberta por uma mulher, aquela mesma mulher que lhe estendeu a mão para salva-lhe do deslizamento. Ela estava parada no vão de entrada do quarto, recostada com um dos ombros no acabamento de madeira com seus grandes e amendoados olhos repousando-se sobre ele. Sem ação, Daniel somente aguarda-a pronunciar suas próximas palavras:

- Iluminado seja, Daniel, Anjo da Misericórdia Divina...

O jovem nada diz. Ainda estava muito inseguro de qualquer coisa para pronunciar-se. Daniel não gostava de dizer coisas incertas, e por isso preferiu-se manter quieto. Porém, aquela mulher volta a falar:

- Acordou em um bom momento, todos estão em casa, inclusive aquele por quem você chamou durante horas enquanto dormia.

A imagem de Raziel veio em sua mente. Porém, algo muito peculiar lhe chamava atenção naquela mulher. Sempre que ela abria sua boca para falar-lhe algo, uma doce e bela melodia surgia nos ouvidos do jovem de forma a encantá-lo. Mas no momento, outros assuntos eram importantes e Daniel decide ignorar mais um pouco esse detalhe, prontificando-se a fazer sua primeira pergunta:

- ... hmmmm... Desculpe-me, mas como se chama?

Ela adentra o quarto preparando-se para responder-lhe, mas acaba por assustar o jovem quando se ajoelha e praticamente o reverencia:

- Me chamo Ana Liz de Lucio, mas pode me chamar somente por Ana ou Liz. Sou a mais aqui... e estou pronta para servir-lhe.

Daniel se aproxima, abaixa próximo dela e pega-a pelos ombros. Ana se assusta com a aproximação repentina e ainda mais quando ele a levanta. O jovem diz:

- Não faça reverências para mim, por favor. Sou gente como você, não sou nada mais do que isso e não tem por quê fazer isso. Agora, por favor, me diga: onde estou?

Ana Liz se sente um pouco confusa com o que Daniel disse, mas decide então responder o que ele perguntou:

- Esse é o nosso abrigo. Está localizado na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Mas não se preocupe com isso agora... você tem que descansar...

Daniel olha fundo nos olhos de Ana, de uma forma que eles nem precisam trocar palavras para ela entender que aquilo não o agradava. Mas da mesma forma, não ouve uma só palavra de oposição. Ao invés disso, a preocupação lhe tomou o corpo:

- E Raziel, como posso encontrá-lo?

Aquela mulher não compreende a compaixão de Daniel por alguém que não deveria incomodar com sua vida. Afinal, Raziel era o mais sábio e poderoso do círculo. Por esse motivo, ela dá de ombros e diz:

- Iluminado, não acredito que seja importante vê-lo agora... seu corpo ainda não está totalmente recuperado e...

Daniel não aguarda ela terminar sua fala, somente vira-se para a porta e diz:

- Deixe-me procurar por ele... vejo que falta disposição de sua parte para revelar onde está aquele que procuro. Não me preocupo com a dor que me perfura, sinto por alguém que me conhece mais do que a mim mesmo...

Ela fica sem palavras. Ele estava certo e mesmo sendo de um posto acima daquele que era pertencia, fora completamente desrespeitado por sua falta de tato. Talvez sua mente ainda não estivesse tão clara, talvez ela somente não compreendesse o anjo e sua preocupação.

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